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A alma do Cabaret

Uma homenagem às antigas coristas e bailarinas

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[1960]
Maxime Dancing
O DECLÍNIO
Com a passagem do tempo a clientela foi decaindo e o seus tempos áureos foram dando lugar a um paraíso de decadência que perdurou por vários anos. As famosas bailarinas espanholas deram lugar a bailarinas de leste e os espectáculos outrora de renome, foram dando lugar ao fado e ao folclore em horas próprias e a meninas a despirem-se em horas impróprias.


[2006-2011]
Maxime
O RENASCER E O FIM
Manuel João Vieira tentou recriar um novo cabaret português, afastando este icónico espaço do ambiente decandente que originou o seu fim na década de 60. A partir de 2006 e aproximadamente durante 5 anos o Maxime voltou a estar na moda e rapidamente ganhou o seu lugar no roteiro da noite Lisboeta, sendo palco de vários concertos e espectáculos burlescos. Em 2011, o néon com M vermelho incrustado numa espécie de insígnia azul apagou-se e o Maxime acabou por fechar as suas portas.

THIS IS MAXIME

Entertaining Lisbon since 1949

[1920]
OS LOUCOS ANOS 20
Prosperidade económica, social e cultural. Aumenta-se o consumo generalizado e a ostentação. O divertimento torna-se essencial à vida e Lisboa vê surgir os primeiros clubes nocturnos, casas de jogo, os dancings e os cabarets, entre eles, o Club Maxim’s, um dos ícones da noite Lisboeta da época.


[1949-1959]
Maxime Dancing
10 ANOS DE GLÓRIA

A 30 de Novembro de 1949 o Maxime Dancing abre as suas portas, na Praça da Alegria, inspirado pelo antigo Maxim’s. Luxuoso cabaret de inspiração parisiense com actuação de orquestras e espectáculos coreográficos.
Durante anos foi palco de grandiosas actuações nacionais e internacionais. Cantores, actores, bailarinos, alternadeiras espanholas fizeram deste palco a sua casa. Era uma casa de espectáculos única e sem rival, atmosfera própria, efeitos de luz à frente do seu tempo, “O melhor cabaret de Lisboa de todos os tempos”. Ali cantaram os grandes nomes da canção portuguesa – António Calvário, Simone de Oliveira, Tony de Matos, Alfredo Marceneiro, fadista Fernando Farinha e actuaram grandes artistas – Raúl Solnado, José Viana e Gina Braga. Chegou inclusive a receber Júlio Iglésias no início da sua carreira.

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Uma homenagem às antigas
coristas e bailarinas

No Maxime Hotel as coristas e as bailarinas, que durante anos deram vida ao palco do Cabaret Maxime, serão eternamente recordadas.
Cada um dos 70 quartos deluxe presta-lhes tributo através de imagens que ilustram as paredes e dão alma ao quarto. E um deles, o 501, é verdadeiramente especial porque, ao chamar-se Judite, celebra a vida desta artista, que aqui actuou várias vezes. A história de Judite, a Batatinha, assim chamada porque começou por vender cigarros e batatas fritas no Maxime, pretende relembrar todas as coristas que por aqui passaram e deixaram a sua marca.
As espanholas, por outro lado, tiveram também um papel determinante na história do Maxime. Mais soltas e desinibidas que as bailarinas e coristas portuguesas, as “irmancitas” vinham fugidas da ditadura de Franco, e faziam as delícias dos portugueses. Por vezes actuavam sozinhas, mas na maioria das vezes actuavam em grupo nas célebres Troupes, como a Troupe Hispánica. No Dressing Room, são homenageadas através das irmãs Las Carmencitas, que são as personagens que habitam este quarto temático e que dão vida às bailarinas espanholas mais famosas do Maxime Restaurante-Bar dos dias de hoje.

[2018]
Maxime
FEZ-SE HOTEL E REABRE AS SUAS PORTAS
Passados 7 anos, o Maxime – o expoente máximo da Lisboa boémia de meados do século passado – faz-se Hotel, e reabre, mais apaixonado que nunca pela capital que sempre foi o seu berço. Rejuvenesce para acompanhar o lifestyle da cidade e promete ser palco de grandiosas experiências para quem procura viver e sentir a cidade no conceito vibrante e glamouroso do cabaret. O Maxime Hotel alarga horizontes para albergar dentro das suas portas a experiência do mundo inteiro.

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No início do século XX aos finais dos anos 20, a noite de Lisboa era indissociável dos seus teatros, do drama à comédia, da opereta (ainda muito popular nessas décadas) ao teatro de revista cujo Parque Mayer abre ao público em 1922 prometendo ‘um teatro, um carroussel e uma esplanada’. Nos cafés reinam os modernistas sempre espreitados pelo público curioso de conhecer os ‘malucos da revista Orpheu’ (Fernando Pessoa, Almada-Negreiros, Santa Rita Pintor ou Mário de Sá Carneiro). A Brasileira do Chiado é uma das suas paragens obrigatórias e ainda hoje, pela manhã, por lá se reúne a última das tertúlias de artistas e café. Mas é também a época de cabarets, da versão possível dos ‘loucos anos 20’ americanos, da era do jazz band’, como lhe chamavam, com o Palácio Foz a dar as cartas e o swing. Um dito de Fernando Pessoa marca a época: ‘Nunca fui mais do que um boémio isolado; ou um boémio místico, o que é uma coisa impossível’.
O fado reina supremo ao longo das décadas de 30, 40 e 50 do século XX. Não se tomam por típicas as tabernas do fado vadio, antes cresce o número de casas de fado a dar a ouvir a ‘canção nacional’, todas incluindo óptimos restaurantes, a fechar tarde e a reunir novas tertúlias, em especial as compostas por gentes de teatro vinda depois de acabada a récita ou todo o género de artista e intelectual a quem abundava em inspiração o que lhe faltava em sono. Para ter um pouco de tudo sem ter nada contra o fado, a lisboeta Praça da Alegria brilhava em tripartidos prazeres, entre o Maxime, o Ritz Club e o Hot Club de Portugal que abriu portas em 1948. A boémia do fado, essa mudou de vez à medida que os turistas tomaram o lugar das tertúlias. Ainda se ouve fado genuíno e algumas casas de fado conseguem manter uma dignidade assinalável, mas os fadistas de eleição trocaram o seu primeiro ‘ninho’ pelas grandes salas de espetáculo ou festivais. De vez em quando, mesmo assim, lá ecoa uma nova e fresca voz fadista.


in BestGuide

Lisboa cidade boémia

EM 1900 A VIDA DE BOÉMIA ATÉ PASSAVA POR IDEAL ARTÍSTICO, MAS O TEMPO CONSAGROU-A COMO UMA EXISTÊNCIA NOTURNA, FEITA DE BARES E DISCOTECAS, RESTAURANTES FORA DE HORAS E CASAS DE FADO.

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